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Quais são os tipos de parto?

Dra. Carolina Curci

     Escolher qual o tipo de parto que se deseja fazer, dependia exclusivamente do médico. Porém, hoje em dia a preferência da gestante vem sendo bastante relevante nesse processo decisório. Há muito tempo o parto normal era a primeira escolha, com a cesariana sendo optada apenas para situações de exceção em casos de complicação com risco de vida para a mãe ou o bebê.
 
Hoje a realidade é outra, a cesariana é agendada, com data e hora marcada, justamente para aquela paciente que não deseja um parto normal, ou vaginal, como é denominado também. Esta última modalidade de parto evoluiu com o passar do tempo e atualmente é de conhecimento de todos que existem vários recursos para que ocorra da melhor forma, de modo menos traumático para a gestante e mais, proporcionar uma experiência única, que é o momento de chegada do bebê.
 
Existem, basicamente, dois tipos de parto e cada qual tem suas particularidades. São eles:
1.Parto Normal ou Vaginal: Neste tipo de parto há ainda duas classificações, ou seja, o Parto Normal Natural – não são realizadas manobras invasivas como cortes e instrumentos – e o Parto Vaginal Cirúrgico ou Operatório – necessário uma intervenção técnica do obstetra para que o bebê nasça.
 
a.Normal Natural: é onde a gestante passa por todos os momentos do parto com orientações da equipe: obstetra, enfermeira obstetra e doula, muitas vezes, com o auxílio de recursos que ajudam a evolução adequada do parto. Pode-se utilizar, durante o parto, a ocitocina, que é um medicamento que favorece o aumento e a ritmicidade das contrações uterinas, auxiliando a dilatação adequada do colo uterino para que o bebê faça sua descida pelo canal vaginal. Existem outros recursos não-farmacológicos utilizados para o alívio da dor e que auxiliam de forma muito eficaz, entre eles, a Musicoterapia, Banho no chuveiro e Banho de imersão na banheira, Cromoterapia, Aromaterapia e Massagens. A participação do companheiro é de suma importância, pois traz um conforto emocional neste momento tão especial. Assim o parto evolui sem que haja muitas intervenções.
 
b. Cirúrgico ou Operatório: o obstetra promove intervenções, com, por exemplo, a eposiotomia, que é um procedimento que realiza um corte na região externa da vagina quando o bebê encontra alguma dificuldade no período expulsivo. Logo após o parto, esse corte é suturado com um fio absorvível e na maioria das vezes permanece uma discreta cicatriz. Existem hoje diversos grupos de discussão a respeito deste procedimento, no que se refere a violação da integridade física da mulher. Outro mecanismo usado é o fórceps (ou os fórceps – quando é ser um par – e permite auxiliar a mãe no período expulsivo e em algumas situações quando a paciente em trabalho de parto já está em um momento de exaustão e com dificuldade para realizar a força de empurrar o bebê. São colocadas as duas colheres do aparelho na cabeça do feto com a finalidade de extraí-lo.
2. Cesarina ou Cesárea:
No Brasil sabemos que esse tipo de parto vem causando polêmica há algum tempo, pois o país tem se destacado como um dos campeões em realização de cesarianas no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda como proporção ideal para este tipo de parto entre 10 e 15%, sendo que em alguns hospitais brasileiros esse índice ultrapassa os 90%, decorrentes de “cesarianas a pedido materno”.
 
Esta é uma cirurgia realizada na parte inferior do abdome onde é feito um corte horizontal e são abertos vários planos dentre eles gordura, músculos e útero para extração do bebê. Existem algumas indicações formais de cesariana, cuja realização não é discutida. As mais comuns são: feto pélvico (bebê em posição sentada), gemelar, placenta prévia (placenta recobrindo o colo), mais de duas cesarianas prévias, além dos casos de urgência e emergência durante o parto.
Este tipo de parto, por ser uma cirurgia de médio porte, aumenta o risco de mortalidade para a mãe e o feto, assim como o tempo de recuperação comparado ao parto normal e o risco de infecção pós-operatória.
 
A escolha do parto a ser realizado pela gestante é um assunto bastante complexo e polêmico e onde são avaliadas as necessidades, riscos e benefícios, complicações e repercussões futuras. Por isso, a recomendação é que antes da paciente escolher o tipo de parto que deseja fazer, converse bastante com seu obstetra e tire suas dúvidas. É importante dizer que toda gestante tem direito de escolher qual a sua forma ideal de dar à luz e o médico deve respeitar sua decisão, mantendo assim, a autonomia da paciente, desde que não haja risco para ela.