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Mitos e verdades sobre o Botox

Dra. Carolina Curci

As rugas e marcas de expressão, que incomodam muitas mulheres, são amenizadas em consultórios há mais de 25 anos pela toxina botulica, o famoso Botox. De lá para cá, muita gente experimentou o método, que nem sempre teve bons resultados. Muitas adeptas reclamam que ficaram sem expressão durante o efeito da substância e com o rosto artificial. Ao longo do tempo, no entanto, a técnica dos profissionais tem evoluído à procura de resultados mais naturais.
Procedimento estético facial mais realizado no mundo, o Botox consiste na aplicação da substância, uma proteína produzida pela bactéria Clostridium Botulinium, nos músculos da face, por meio de injeções. A toxina inibe a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que atua nas sinapses musculares. Com isso, impede a contração muscular. Ela começou a ser usada no tratamento de doenças oftalmológicas nos anos 1960 e com fins estéticos nos anos 1990.
 
A aplicação tem efeito imediato? Ela dói?
“Não. O resultado da aplicação não é visto na hora. Demora entre três e cinco dias após o procedimento para aparecer, variando de pessoa para pessoa. Quanto à dor, nós geralmente usamos anestésico tópico nos pontos da aplicação. Assim, a dor da ‘agulhada’ é bem pequena e tolerável”
 
Quanto tempo dura o efeito?
“A duração do resultado vai de 4 a 6 meses, dependendo de diversos fatores, como o produto, a técnica de aplicação e características individuais do paciente”
 
Depois da aplicação, a pessoa deve evitar massagem no rosto e atividade física?
“Sim. A massagem facial e uso de aparelhos faciais devem ser evitados nas primeiras 24 horas, para que a toxina botulínica não migre. Atividade física e ‘cabeça baixa’ só estão liberadas após 4 horas da aplicação. Além disso, o efeito pode ter uma duração menor para quem faz mais atividade física devido ao uso da musculatura, que provoca maior degradação do produto”
 
O Botox pode ter outros efeitos além de amenizar as rugas?
“Sim. As sobrancelhas podem ser elevadas com a aplicação da toxina botulínica, a fim de paralisar ou diminuir a contração do músculo. Pode até corrigir assimetrias. Nesse caso, o local de aplicação é na região da testa. Pode ser usada também para enxaqueca, com aplicações na região frontal e nuca, principalmente. O neurologista é o profissional mais adequado para estes casos”
“Outro benefício da toxina botulínica é que ela pode ser aplicada na axila para diminuir o suor. Ela inibe a ação da acetilcolina, um neurotransmissor que regula as glândulas que produzem o suor. Assim, a pessoa que sofre de hiperidrose deixa de suar ou sua menos nessa região”
 
E para outras funções não estéticas, a toxina também pode ser útil?
“Com certeza. Inclusive, foi com fins terapêuticos que a toxina foi primeiramente usada. A substância pode ser utilizada em doenças oftalmológicas, como estrabismo e blefarospasmo; na urologia, em casos de bexiga hiperativa; para doenças neurológicas, que apresentem distonias musculares; na odontologia, para melhora do sorriso gengival, bruxismo e alterações da ATM, e por aí vai”.