Dra. Carolina Curci
Muitas mulheres resolveram adiar o sonho da maternidade durante a pandemia, optando por fazer o congelamento de óvulos. Para esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto, o Portal R7 conversou com a Dra. Carolina Curci, que é ginecologista e obstetra, além de especialista em reprodução humana.
Segundo a médica, a principal vantagem do congelamento de óvulos é a chance de postergar a maternidade, para tentar ter filhos em outro momento da vida. “Sabemos que, para mulheres a partir dos 32 anos, a reserva ovariana já começa a cair, seguida por outra grande queda, a partir dos 35 anos”, explica.
Aos 37 anos, conforme a especialista, acontece uma piora na quantidade e na qualidade desses óvulos, dificultando ainda mais uma gravidez de forma natural. Esta acaba sendo uma das grandes vantagens de guardar óvulos: ter eles sempre novos para futuras tentativas de Fertilização In Vitro (FIV). Se interessou? O procedimento leva em torno de 12 a 14 dias para ser feito.
Tudo começa com a realização de diversos exames, como os sorológicos e infecciosos, além de ultrassonografias.”Quando todos estiverem negativados, ou dentro da normalidade, esperamos a próxima menstruação da paciente, momento em que se inicia o ciclo de injeções”, explica a Dra. Carolina Curci.
Feito isso, a paciente passa por acompanhamentos via ultrassom transvaginal a cada quatro dias, justamente para o médico avaliar qual foi a resposta dos ovários e quantos folículos surgiram após a estimulação causada pelas injeções, entre outros pontos.
“Quando os folículos estiverem no tamanho adequado, prescrevemos a última medicação, que vai justamente imitar uma ovulação. É aí que essa mulher vai até o laboratório para fazer o procedimento de retirada dos óvulos”, explica.
Para isso, a paciente é sedada de forma leve – como se fosse fazer uma endoscopia, por exemplo e os óvulos são retirados. “Eles vão para a análise de um especialista em embriologia, que irá avaliar a maturidade deles e quantos dos retirados poderão ser congelados”, explica. Feito isso, a paciente paga uma anuidade para mantê-los em laboratório pelo tempo que precisar, até decidir o que fazer com eles.
E QUAL É A VALIDADE DOS ÓVULOS?
Após congelados, os óvulos têm uma boa validade. “Em um congresso recentemente, surgiu um relato de uma paciente que teve sua primeira gestação 20 anos após congelar os óvulos”, conta a médica.
No entanto, vale ressaltar que, mesmo óvulos de qualidade, não são garantia de uma gravidez no futuro, pois a medicina reprodutiva não é 100% certeira. Ou seja: mesmo tendo congelado seus óvulos lá atrás, isso não é garantia de que uma gestação aconteça agora.
Tudo porque, para o óvulo se transformar em um bebê, ele precisa sobreviver ao descongelamento e, depois, enfrentar o processo de FIV, quando se coloca o espermatozoide no óvulo em laboratório. Nesta fase, ele pode, ou não, virar um embrião que será colocado no útero da mulher. “As taxas de sucesso da Fertilização In Vitro giram em torno de 50 a 65% a cada tentativa”, explica.
PENSANDO NO FUTURO
A decisão de congelar óvulos, ressalta a médica, será útil no futuro, pois a mulher terá a chance de tentar engravidar em outro momento da vida, mas com o seu próprio material genético. Para exemplificar, a Dra. Carolina Curci dá um exemplo pessoal.
“Há 10 anos, congelei meus óvulos. Agora, que já passei dos quarenta, estou me programando para engravidar. Mas, em vez de usar os meus óvulos de hoje, cuja chance de má-formação é maior, usarei aqueles óvulos que guardei lá atrás, quando congelei”, conta. “Com isso, existe uma chance bem maior de uma gestação seguir em frente do que se eu usasse os óvulos atuais.”
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